""Eu segurei muitas coisas em minhas mãos e eu as perdi; mas tudo que eu coloquei nas mãos de Deus eu ainda possuo." Martin Luther King

Melancolia

Na noite calada que me embalava, vi-te partir, sem um olhar.
Recordo.
Conservo ainda a flor que me prendeste no cabelo.
Sózinhos numa encosta fofa de musgo, ao longe uma baia de um azul intenso.
Plantas vivas, com olhos de pétalas, enroscavam-se nos troncos e eu sorria.
Estava alegre, mas triste tambem.
Já adivinhava...
Sentiamos a brisa fresca que transportava o aroma doce de um pinheiro, quando o crepusculo purpureo se abateu sobre nós.
Um fluxo de energia que nos renovava.
O teu olhar? Um archote vivo agora iluminado pela luz pálida da lua.
Agora o som do desabamento de pedras frias trazido pelo vento, que até há pouco me acariciava, substitui o canto do pequeno rouxinol.
O baque suave de uma melancolia sem nome, toma conta de mim.
Uma ogiva atómica abateu-se sobre a minha paz.
Estaria errada...sim...sei que sempre estive...

2 comentários:

anónimo disse...

Quanta poesia nas suas palavras...tristeza? saudade?
É sempre lindo recordar, mesmo que o desfecho não seja o que desejariamos.
Não pare de escrever sim?
Luz e paz para si

Jota disse...

Amiga não deixes que nada se abata sobre a tua paz.
Gosto de te ver alegre e feliz.
Mas tá bonito. Um beijo, não muitos beijos do Jota