Bem há muito que não conto as minhas aventuras.
No sábado bati com o carro. Nada grave, a culpa até não foi minha... foi do nevoeiro...a estacionar não vi um pilar!!!
Então como o carro estava na oficina, à noite resolvi fazer o percurso para casa a pé. Normalmente demoro 20 minutos de carro, pensei que ia ser rápido.
No inicio foi muito agradavel.
Estou habituada a fazer caminhadas, caminho diariamente 1 hora, de manhã.
Gosto de sentir o frio no rosto e enquanto caminhava, apercebi-me como há belas lojas, lindamente enfeitadas, no meu percurso, de carro nem me apercebo, e pensei mais uma vez como adoro o natal. Este ano vai ser diferente, pela primeiro vez desde há algum tempo tenho os filhos comigo. O ano passado um dos meus filhos estava em Timor. Este ano com a familia reunida vai ser uma alegria, principalmente para as crianças.
A meio do caminho já estava "com a lingua de fora", exausta. Não me tinha apercebido que afinal a distancia é enorme, e caminhar ao fim de um dia de trabalho.,com a mala ao ombro, não é o mais saudavel. Já estava arrependida, não quis dar parte de fraca, mas apercebi-me que realmente já não tenho 20 anos.
Ao atravessar o jardim, parei, fingi que estava a admirar as arvores, mas na verdade estava a tentar recuperar o folego. Retomo o caminho e tropeço numa coisinha que mexe débilmente, na beirinha do passeio. Um gatinho. Pequenino, lindo, enregelado, quase inerte, coitadinho.
Que fazer? Já tenho a minha cadelinha Becas. Se o levo vai haver guerra certamente, pensei.
Se fica ali, morre. Por outro lado os garotos vão adorar. E eu estou cheia de pena dele, ali abandonado, tão frágil e pequenino, numa noite tão fria! E ele a olhar-me com olhos ternos e mortiços, a dizer, leva-me contigo, tem dó de mim...
Tirei o cachecol do pescoço, e, finalmente, chego a casa com o meu pequeno tesouro bem embrulhadinho.
Coitadinho estava esfomeado, bebeu um leitinho morninho, sob o olhar atento da Becas que nem teve ciumes, dava ao rabinho e lambio-o toda contente, instinto maternal, embora não tenha tido filhotes.
E pronto, a minha casa tem mais um habitante. Lá fui dar o passeio habitual com a Becas, que não se compadeceu do meu cansaço, saltava á minha frente, feliz, e eu com o gatinho ao colo, bem embrulhadinho e quentinho.
Sei que como se costuma dizer, fui arranjar lenha para me queimar, mais trabalho e despesas. Mas estou feliz, valeu a pena a caminhada nocturna, nada acontece por acaso.
Enquanto escrevo a Becas dorme com o gatinho, que ainda não tem nome, bem aninhado junto dela, que delicia, e eu estou feliz.
Fiz a minha boa acção do dia. Em miuda pertenci aos escuteiros. O nosso lema era diáriamente praticar uma boa acção. Hoje cumpri.
14 comentários:
Mas é claro que a culpa não foi tua!!!!!!!!!!!!!!!!!
Da outra vez que meteste a 1ª em vez da marcha atras e ias esborrachando o carro de encontro à parede, a culpa tambem foi minha que distrai!!!!!!!!!!!
Sem comentários!!!!!!!!!!!!!!!
Minha amiga, foi assim que tambem tenho um cão e um gato, ambos estavam abandonados, e como sabes dão-se lindamente, melhor que muitas pessoas. E os teus garotos vão adorar sem duvida.
Desejo-te uma noite feliz, cuida-te
Beijos
Moon
Maysha, já dizia a minha vó
não tem recompensa maior, meu bem
que fazer o bem a alguém
um beijão
Que bela história.
Tudo tem um porque nesta vida e o teu porque era um gatinho perdido no frio a espera de amor, carinho, colinho, leitinho quente e a Becas pra companhia.
Perfeito, como tudo na vida.
beijinhos quentinhos
Amiga linda:-)
nem imaginas como gostei de te ler aqui nesta cena comovente.Adorei o desenrolar das palavras que quase esqueci o problema do arranjo do carro.
Foi o gatinho que te chamou sem saberes...ele estava ali à tua espera:-)
Foi assim que eu fiquei com 30 alminhas:-)
O Bruno ficou emocionado ao ler o texto e saber que o recolheste, é que ele sofre demais quando as pessoas abandonam os animais.
Ele já está aqui a tentar baptiza-lo ehehe.
Beijinhos amiga com o nosso carinho
Eu vivia adotando bichinhos, aliás se pudesse faria até hoje, meus limites que não permitem, rss
beijos
Quando criança, minha mãe já ficava alarmada, quando a gente dizia que tinha visto um bichinho e que tinha pena, ela sabia que a gente ia adotar mais um, e nem ela tinha coragem de dizer não...o olhar deles cativa!
beijos
Adorei esta história.
O gatinho estava a tua espera, isto é sexto sentido.
Bjs.
Passando para te desejar um lindo dia.
Abraços querida amiga
Ai que comentário que nossa amiga Moon deixou. meu Deus do Ceu. Claro que foi ela a culpada, que te distraiu, tu não tiveste culpa nenhuma!!!!! e a culpa tambem foi do nevoeiro!!!! Claro!! hihihi
Por isso é que ela não aceita comentários, já percebi!
Então como está o gatinho? é bem teu, caminhadas nocturnas, apanhar gatos abandonados, mas estás feliz e isso é que importa.
Gostei muito do teu texto.
Beijos fofos
Lori
Isa kerida o gatinho tava ali á espera, tudo se conjugou pra o rekolheres, ele só keria amor e kompanhia, enkontrou a familia perfeita.
Fiko contente km o desfecho. Kuanto ao karro, as oficinas tambem precisam de ganhar alguns eurozitos!!
Mas as nossa amigas Moon e Lori são terriveis, eu no teu lugar nem aceitava tais coments, ke pouca vergonha, só voces me fazem rir.
Jokas
Luana
Oh Maysha, adorei esta história verdadeira.
É mesmo como dizes...nada acontece por acaso!
Adoro animais e também tenho dois gatinhos: Nima que na Índia significa Sol e Padmé que significa Flor de Lotus.
Gostei muito do teu blog e já sou tua seguidora. Se quiseres aparece pelo meu Mundo Colorido...há sempre muita cor e alegria.
Beijinhos de luz
Ola amiga, a sensação de se praticar o bem é unica.
Certamente algo bom te está reservado em troca dessa boa atitude. Sabemos que nada acontece por acaso, e tudo se encaminhou, para que encontrasses o bichaninho, para que tambem ele encontrasse a familia que lhe estava destinada.
Logo vou visitar-te e conhece-lo.
Beijos amiga
Mara
Um final de dia abençoado.
Um abraço
Gui
Amiga Maysha
O que habitualmente se diz é: "há males que vêm por bem". Eu, contudo, prefiro dizer: "nada acontece por acaso!..."
E não foi por acaso que bateste com o carro (ou melhor, o carro beteu sozinho... rsrsrsrsrs) e foste obrigada a fazer essa caminhada a pé que te permitiu encontrar mais um amigo que decerto muitas alegrias te irá dar.
Li e reli não sei quantas vezes este teu relato enternecedor.
Um beijinho para ti e outro para a Becas, essa linda e terna cachorrinha que não teve qualquer problema em adoptar o gatinho.
Enviar um comentário